KIT DE FORMAÇÃO
ECONOMIA CIRCULAR PARA INCLUSÃO DE JOVENS
Módulo 1 - Sobre a inclusão dos jovens
A) Inclusão social
A UE define a inclusão social como “um processo que garante que os cidadãos têm as oportunidades e os recursos necessários para participarem plenamente na vida económica, social e cultural e para desfrutarem de um nível de vida e de bem-estar considerado normal na sociedade em que vivem. Engloba, mas não se limita a, integração social ou melhor acesso ao mercado de trabalho, e inclui também a igualdade de acesso a instalações, serviços e benefícios. É um conceito que está atualmente no centro da agenda politica europeia“.
As causas da exclusão são múltiplas: falta de acesso a recursos económicos adequados que impedem o acesso a uma habitação condigna, educação, género, raça ou etnia, ser imigrante, ter diversidade funcional e ser jovem.
As políticas de inclusão social visam corrigir as desigualdades estruturais e multifatoriais que afetam as pessoas e os grupos que compõem uma sociedade; colocando as pessoas no centro, para além do bem-estar material.
Um instrumento fundamental, mas não o único, para promover a inclusão social é o trabalho. Embora seja verdade que se trata de um direito, como estabelece o artigo 23 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), nem todas as pessoas têm as mesmas oportunidades de acesso ao emprego e, infelizmente, a um emprego digno que rompa com a situação de pobreza e vulnerabilidade. Os desempregados de longa duração, as pessoas privadas de liberdade, os imigrantes, as pessoas com mais de 45 anos, as pessoas com diversidade funcional ou com problemas de saúde mental ou os jovens que tiveram insucesso escolar estão em situação de desvantagem na obtenção e manutenção de um emprego.
Se para qualquer pessoa ter um emprego é importante, para os grupos em situação vulnerável não é apenas um meio de obter rendimento económico, mas também de inverter a sua situação de vulnerabilidade, integrar-se e participar plenamente na sociedade.
B) Inclusão no mercado de trabalho
A falta de acesso ao emprego é um dos fatores mais determinantes da exclusão. O emprego, em muitos casos, não se comporta apenas como um fator de integração em termos económicos, mas vai mais além. Não se trata apenas de ter um emprego e um salário, mas é também um passo para ocupar um lugar na sociedade e está diretamente relacionado com outros fatores-chave de integração da esfera cultural, pessoal e social (integração cultural, rede relacional, motivação, saúde mental, etc.)
Assim, o emprego funciona, em muitos casos, como um fator-chave para sair do círculo de exclusão dos jovens mais vulneráveis. Mas de que estamos a falar quando falamos de jovens mais vulneráveis? Existem numerosos fatores relacionados com a vulnerabilidade:
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Relacionados com o emprego: Desemprego, emprego informal, insegurança no emprego, empregos instáveis, condições de trabalho abusivas, falta de experiência profissional.
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Relacionados com a esfera pessoal: Saúde mental, dependências, estatuto de residência legal, vítima de violência de género, falta de competências pessoais, registo criminal, deficiência, etc.
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Relacionados com a educação: falta de um nível mínimo de formação formal, insucesso escolar, formação não adaptada às necessidades do mercado de trabalho, falta de apoio necessário ao longo da carreira, analfabetismo, etc.
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Relacionados com a esfera social. Falta de rede de relações, minorias étnicas, discriminação com base no género, orientação sexual, crenças, minorias étnicas.
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Relacionados com a esfera económica: Famílias pobres, rendimentos insuficientes, dívidas, economia paralela, habitação degradada.
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Relacionados com o ambiente familiar: Ambientes de consumo, violência, falta de laços familiares fortes, jovens sem família, etc.
Módulo 2 - Como criar uma atividade tendo em conta a perspetiva da inclusão dos jovens
A) Introdução
Todas estas situações estão relacionadas com a vulnerabilidade e constituem barreiras, muitas vezes invisíveis, à participação em qualquer projeto ou atividade concebida para os jovens.
Nestas páginas, o objetivo é partilhar uma série de aspetos que consideramos úteis para ultrapassar estas barreiras e poder conceber e executar atividades numa perspetiva inclusiva. Na maioria dos casos, tratam-se de questões práticas, resultado da experiência na conceção e execução de atividades para jovens em situações vulneráveis. Por fim, daremos dois exemplos de projetos realizados a partir de uma perspetiva inclusiva relacionada com a economia circular.
B) Objetivos
Quais são os objetivos a atingir? Trata-se de fazer algo com o objetivo de combater alguma barreira relacionada com a inclusão, ou trata-se de atingir outros objetivos tendo em conta a perspetiva da inclusão? Por exemplo, podemos estar a falar de um projeto que visa permitir que os jovens em situação vulnerável tenham acesso ao mercado de trabalho, ou podemos estar a falar de ações que visam dar-lhes autoconfiança, permitindo-lhes realçar as suas competências e desenvolver novas ou ajudá-los a conhecer novas pessoas, estabelecer ligações e alargar os seus horizontes.
Os aspetos essenciais, como a duração do projeto, os recursos humanos e financeiros investidos, etc., dependerão dos objetivos a atingir. O importante é ser honesto e realista ao considerar os objetivos a atingir e tentar adequá-los às necessidades, expetativas e interesses do grupo de pessoas com quem se pretende trabalhar.
C) Logística
É necessário ter em conta quaisquer obstáculos práticos que possam impedir/desencorajar o público-alvo de participar, facilitando ao máximo a sua participação, e não esquecer de que podem enfrentar dificuldades específicas que outras pessoas não teriam de enfrentar.
O local onde a atividade se realiza é importante; deve ter-se em conta que a maioria dos jovens em situação de vulnerabilidade não tem carta de condução ou disponibilidade de um veículo. De preferência, deve optar-se por locais com acesso através de transportes públicos. Também é interessante, se for considerado necessário, indicar as ligações de transporte para chegar ao local. Isto pode ser feito no próprio material de divulgação da atividade ou numa reunião ou entrevista prévia com os participantes. Se o espaço onde se realiza a atividade for num meio rural, o acesso através de transportes públicos é muitas vezes complicado. Deve-se avaliar a possibilidade de facilitar a acessibilidade através do financiamento de transportes coletivos privados. A acessibilidade física para as pessoas com mobilidade reduzida deve também ser tida em conta.
É sempre interessante aproximar as atividades dos espaços com menos oportunidades. Deve-se sempre tentar adaptar os objetivos da atividade às necessidades do ambiente, por exemplo, se se pretende realizar um projeto com o objetivo de melhorar a inclusão laboral dos jovens com menos oportunidades, deve-se tentar realizar o projeto nos bairros ou ambientes com essas dificuldades.
No que diz respeito à duração do projeto, é necessário ter em conta que muitos jovens em situação de vulnerabilidade podem ter dificuldades em assumir compromissos a longo prazo, devido a diferentes causas, muitas das quais relacionadas precisamente com essa mesma situação. A duração deve ser sempre justificada com base nos objetivos a atingir, mas é aconselhável começar sempre com compromissos a curto prazo que permitam captar os jovens com os quais se poderá trabalhar a longo prazo. Nos projetos planeados para uma duração mais longa, há que ter sempre em conta que pode haver casos de desistências ao longo do projeto; estas desistências podem ser cobertas com novas incorporações ou adaptando o projeto a menos participantes. Esta questão é muitas vezes problemática para muitas entidades que trabalham com jovens, uma vez que é comum que, devido a requisitos externos e de financiamento, os projetos tenham de ser justificados com um número mínimo de participantes e várias desistências podem pôr em risco a sustentabilidade do mesmo. Por esta razão, se este número mínimo existir, é sempre importante ultrapassá-lo com uma certa margem ou ter a possibilidade de substituir participantes.
É igualmente relevante pensar na época do ano em que o projeto será desenvolvido, o que também dependerá dos objetivos e do público-alvo dos jovens a que nos dirigimos. Por exemplo, se propusermos um projeto para trabalhar com jovens fora do sistema educativo e em que um dos objetivos é que os participantes regressem aos estudos, o projeto deve ser proposto em datas específicas, terminando com o início de um novo ano letivo para que possa ter continuidade. Neste caso, por exemplo, também seria interessante que o início fosse meses após o início do ano letivo, para incluir os jovens que abandonam os estudos a meio do ano letivo.
No caso de propor uma atividade online, deve se ter em consideração as barreiras digitais, a falta de competências digitais ou a falta de acessibilidade. Se quiser planear um projeto online numa perspetiva de inclusão, deve ter sempre em conta a necessidade de fornecer formação prévia, equipamentos informáticos e até mesmo um espaço a partir do qual seja possível participar.
O processo de inscrição na atividade deve ser facilitado. Evite tanto quanto possível formulários complicados e disponibilize diferentes formas de inscrição: telefone, pessoalmente, WhatsApp, online. Por vezes, devido à natureza dos projetos, é necessária alguma documentação para se inscrever (documento de identificação pessoal, certificado de garantia jovem, subsídio de desemprego…). A dificuldade de acesso a este tipo de documentação e as dificuldades de inscrição desencorajam frequentemente a participação. As pessoas encarregues de realizar a atividade devem ter este elemento em conta para facilitar ao máximo estes procedimentos, uma vez que muitos jovens em situação de vulnerabilidade não dispõem de certas ferramentas que, por vezes, são tidas como garantidas: ajuda de um membro da família para obter documentação, competências digitais, barreiras linguísticas, linguagem técnica, etc. Recomenda-se sempre que os potenciais participantes tenham uma pessoa de referência clara que os informe sobre o projeto e os acompanhe no processo de inscrição.
D) Parcerias e colaborações
As parcerias são muito importantes e podem ajudar a dar uma escala muito importante ao projeto. Os parceiros podem ajudar a construir o projeto, trazendo a sua experiência em questões sobre as quais não têm conhecimentos: por exemplo, se quiser acolher pessoas com deficiências ou perturbações (mentais, psicológicas), é importante trabalhar com especialistas que conheçam as suas necessidades e a melhor forma de as integrar.
Ter parcerias é também uma forma de obter mais recursos (recursos financeiros, infra-estruturas, equipamento, etc.) e acrescentar outra dimensão à questão da comunicação, tendo os seus próprios contatos e meios de comunicação. Relativamente à inclusão dos jovens, é possível estabelecer parcerias com organizações públicas ou privadas que trabalham com jovens em risco de exclusão (centro de emprego, associações…) para chegar mais facilmente a este público.
No entanto, se quiser envolver os parceiros, dedique o tempo necessário para falar sobre o projeto e partilhar os pontos de vista de cada um, e envolva-os plenamente no projeto (eles têm de sentir que são uma mais valia para que possam realmente envolver-se). Certifique-se de que partilham os seus valores e são dignos de confiança. É por isso que tem de se rodear de pessoas que saibam trabalhar com estas questões (com jovens, com grupos excluídos ou que tenham experiência no tipo de projeto que está a promover).
Envolver os parceiros significa interrogar-se sobre as suas próprias fraquezas e necessidades: Quais são os pontos fortes da sua organização? Em que pontos precisaria da ajuda de pessoas experientes? Está preparado para lidar com diferentes formas de fazer as coisas e diferentes metodologias, e possivelmente para mudar a forma como constrói o seu projeto?
E) Recursos Económicos
A definição do orçamento de um projeto deve ser feita logo no início da sua construção para estimar os custos e permitir uma execução eficaz do projeto. A condição mais importante para a criação de um projeto destinado a incluir os jovens é garantir que o serviço oferecido é gratuito. A questão financeira pode constituir um verdadeiro obstáculo para este tipo de público, que se encontra frequentemente numa situação precária. Exigir uma contribuição financeira privaria muitos jovens da oportunidade de participar. Se a atividade requerer a utilização de equipamento, este deverá, sempre que possível, ser posto à disposição do público, em vez de lhe ser exigido que o obtenha ele próprio.
O aspeto financeiro pode ser um obstáculo à realização de um projeto, pelo que é importante pensar em diferentes formas de angariar fundos. A criação de um projeto para jovens em situação de exclusão tem uma forte dimensão social e pode ser considerada de interesse público. A organização pode contactar as autoridades públicas locais para obter subsídios públicos para construir o projeto (através de um concurso para projetos, por exemplo). A questão financeira é também uma das razões pelas quais o trabalho com parceiros pode ser tão importante.
Especialmente em projetos de uma certa duração, há que ter em conta que o custo do transporte para o local da atividade pode ser um obstáculo à participação. Sempre que possível, é altamente recomendável oferecer a possibilidade de financiar este custo, quer fornecendo o serviço de transporte gratuitamente, quer dando aos participantes a possibilidade de se candidatarem a uma bolsa de transporte. Se for escolhida uma bolsa de transporte individual, deve ser prevista a possibilidade de uma parte da bolsa ter de ser adiantada antes do início da atividade, uma vez que muitos participantes podem ter dificuldade em adiantar esses fundos do seu próprio bolso. Muitos programas de formação têm subsídios de transporte, mas estes são atribuídos aos participantes no final da formação, o que dificulta a inclusão de pessoas numa situação económica mais vulnerável.
F) Participantes
Quanto mais quiser ser inclusivo e chegar ao maior número possível de pessoas, mais limitações terá de ultrapassar para as receber nas condições corretas. Estudar as limitações que podem impedir certas pessoas de participar no projeto e tentar eliminar as barreiras.
De fato, existem muitos perfis diferentes de jovens em situação de exclusão. Nem todos têm as mesmas necessidades, e algumas atividades são adequadas para uns, mas não para outros. A questão que se coloca é se o projeto visa um problema específico ligado a um grupo-alvo específico, ou se pretende ser o mais inclusivo possível. No segundo caso, é importante considerar a forma como estes diferentes perfis podem ser reunidos, respeitando as necessidades de cada um.
G) Design da atividade e sua condução
O desenvolvimento e a realização da atividade estão no centro do projeto. É desenvolvida tendo em conta as diferentes questões que envolvem a criação de um projeto (público-alvo, objetivos, limites orçamentais e de pessoal, etc.).
No caso de um projeto ligado à problemática dos jovens em situação de exclusão, a atividade deve ser simultaneamente adaptada a um público jovem e destinada a lutar contra a sua exclusão social. Além disso, a atividade deve responder às exigências gerais de um projeto bem sucedido: deve ser útil, inovador e eficaz.
Alguns conselhos para um projeto que envolva os jovens:
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Atividades que promovam a coesão do grupo, para que os jovens se sintam à vontade
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Atividades inovadoras e diferentes do que é habitualmente feito
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Atividades com um enquadramento geral para os ajudar a começar
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Mas também flexibilidade para lhes dar liberdade e permitir-lhes serem ativos, ganharem confiança e partilharem as suas próprias ideias.
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Possibilidade de os integrar na metodologia do projeto (comunicação, construção das atividades, angariação de fundos, etc.) para lhes dar um sentido de responsabilidade e de envolvimento, e para os ajudar a desenvolver competências profissionais.
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As sessões não devem ser demasiado longas para não se tornarem aborrecidas e devem ser suficientemente frequentes para manter o grupo dinâmico e interessado.
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Atividades inclusivas: ter em conta todos os tipos de público e as suas necessidades (deficiências físicas e mentais, problemas linguísticos se não falarem a mesma língua, contexto social e religioso...).
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Condução: o formador deve acompanhar o grupo, sem impor.
Deve-se garantir que todos encontram o seu lugar na atividade. Ter em atenção que certos perfis podem exigir um acompanhamento mais pessoal e aprofundado.
Uma boa forma de iniciar um projeto ou atividade pode ser criar, em grupo, algumas regras básicas acordadas por todos para desenvolver a atividade. Estas normas partilhadas devem servir para estabelecer diretrizes comportamentais e um clima de espaço seguro e inclusivo.
H) Comunicação
A realização de uma comunicação eficaz é essencial em diferentes fases do projeto. Geralmente, a comunicação no início destina-se a atrair potenciais participantes para o projeto, enquanto na fase final se centrará na comunicação dos resultados alcançados.
Durante a fase de recrutamento, não existe uma abordagem única eficaz; dependerá do público-alvo que se pretende atingir. No entanto, como regra geral, será sempre aconselhável optar por vários canais de divulgação diferentes.
Por um lado, é muitas vezes eficaz chegar aos jovens utilizando os seus canais de comunicação (redes sociais: instagram, whatsapp, tiktok…). Se o orçamento o permitir, publicidade online . Deve-se pensar em conteúdos atrativos para os jovens e, se possível, privilegiar a comunicação dos jovens para os jovens e envolver o público interessado (ideia de envolver os jovens na campanha de comunicação para melhor os atingir). Além disso, deve-se dar prioridade à comunicação dos jovens para os jovens porque aumenta a autenticidade do projeto. Envolvê-los ativamente nas nossas campanhas dá mais força às suas vozes e perspetivas, tornando as nossas iniciativas mais identificáveis e impactantes. A criação de conteúdos atraentes e visualmente apelativos é crucial. Isto significa criar material que se adeque aos seus interesses e sensibilidades, assegurando que é não só informativo, mas também cativante.
Por outro lado, o trabalho online é essencial para atingir determinados perfis. Como já foi referido, é importante colaborar com outros atores que operam na área: associações, ONG, instituições de ensino, fundações, entidades públicas, empresas, etc. Explicar o projeto pessoalmente também é necessário. Uma boa prática que muitas vezes funciona bem é envolver os participantes de edições anteriores na divulgação, permitindo-lhes partilhar as suas experiências e permitindo que os potenciais novos participantes se relacionem com elas.
Do mesmo modo, se o orçamento o permitir, é sempre aconselhável criar materiais físicos, como panfletos ou cartazes informativos. Tanto nos documentos digitais como nos documentos físicos, a informação essencial deve ser sempre claramente refletida para encorajar mais inscrições, tais como a natureza gratuita do projeto, os resultados esperados, a possibilidade de se candidatar a subsídios de transporte, etc
I) Avaliação de resultados
A avaliação de um projeto é uma etapa essencial para medir o sucesso e destacar as áreas a melhorar. Serve tanto para realçar o que está a funcionar como para apontar dificuldades, de modo a que possam ser compreendidas e corrigidas. A avaliação é importante para a equipa do projeto, mas também para os parceiros. É também essencial para a apresentação de relatórios a potenciais financiadores públicos, que exigem um relatório sobre o projeto.
A avaliação do projeto tem duas dimensões: a avaliação do processo de criação do projeto e a avaliação dos resultados e efeitos no público-alvo. Baseia-se na comparação entre os objetivos visados e os resultados obtidos.
Em projetos com uma certa duração, é sempre aconselhável incluir uma avaliação intercalar do projeto, na qual a opinião dos jovens participantes é tida em conta, com o objetivo de poder intervir, se necessário, no desenvolvimento do projeto. Dependendo da natureza do projeto, esta avaliação pode ser feita de diferentes formas: questionário anónimo, debate em grupo aberto, entrevistas individuais, etc.
Módulo 3 - Exemplos de boas práticas e como reproduzi-las
Inclusão no mercado de trabalho e economia circular (Emprégate em verde – Paideia)
A) Sobre o Projeto
O programa de emprego para jovens Emprégate en Verde foi realizado numa zona rural da província da Corunha (Espanha), através de uma colaboração pública e privada entre várias entidades: Asociación de Desarrollo Local Deloa, Fundación de la Escuela de organización industrial, Fundación paideia Galiza e a empresa O Fogar do Santiso. Este projeto nasceu com um duplo objetivo:
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Melhorar as competências laborais dos jovens, promovendo a igualdade de oportunidades, dando prioridade à participação de jovens sem formação, em risco de exclusão ou que vivem em zonas rurais.
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Promover o pensamento crítico e o compromisso com projetos inovadores baseados na sustentabilidade ambiental e na economia circular através da experiência.
O desenho do programa vem de um processo participativo que a Fundación Paideia realizou em 2020 durante o confinamento da Covid19. Como tivemos de interromper a nossa atividade, aproveitámos a oportunidade para recolher informações sobre as necessidades expressas pelos jovens com quem trabalhamos. Uma das questões mais repetidas foi a necessidade de experimentar, mesmo que brevemente, diferentes sectores de uma forma prática para poderem realizar um exercício de autoconhecimento essencial para poderem pensar na sua futura carreira.
B) Introdução
“Emprégate en verde” é um projeto de emprego com uma metodologia prática baseada no contato direto com o mundo do trabalho. O projeto foi concebido e executado em conjunto com uma empresa líder na produção agroalimentar sustentável e gastronomia na Galiza. Foi concebido um itinerário prático através de 5 setores profissionais diferenciados: horta biológica, cozinha, padaria, atividades de armazém e serviço de quartos, permitindo aos jovens participantes com pouca ou nenhuma experiência profissional abordar diferentes tipos de trabalho, facilitando o autoconhecimento,o trabalhoo seu futuro objetivo profissional. Para além desta componente prática nas empresas, o programa inclui transversalmente uma série de cursos de formação em que são trabalhadas competências genéricas. O fato de parte da formação ter sido realizada no ambiente de uma empresa real e em funcionamento permite que os participantes, com pouca ou nenhuma experiência anterior, tenham um contato real com o mundo do trabalho. Na nossa opinião, este aspeto é fundamental para ajustar as expectativas e fazer a transição correta de um ambiente de formação regulamentado para o mundo do trabalho. Embora não tenha sido definido como objetivo inicial, a evolução ao longo da formação de alguns dos participantes conduziu, no final do projeto, a uma proposta de emprego por parte da empresa.
C) Programa
Este projeto teve a duração de 2 meses e envolveu 15 jovens entre os 18 e os 29 anos, distribuídos por 4 blocos de formação. Para além da formação em grupo e da parte prática, cada um dos participantes foi acompanhado individualmente ao longo do projeto. O programa está dividido em 4 blocos diferentes:
- Competências genéricas de emprego e desenvolvimento pessoal;
- Conhecer a profissão por dentro;
- Oportunidades no meio;
- Acompanhamento em grupo.
Bloco 1 - Competências genéricas para o emprego e desenvolvimento pessoal
Nas primeiras duas semanas de formação, começámos com várias sessões centradas na autoconsciência, motivação, género no mercado de trabalho e coesão de grupo. Estas primeiras sessões foram importantes porque os participantes não se conheciam, pelo que é importante criar espaços onde possam trabalhar laços positivos antes de iniciar a parte prática na empresa.
No final da parte prática, são incluídas novamente várias sessões deste bloco, centradas na procura de emprego, na preparação para a entrevista, nos processos de seleção e no trabalho sobre o plano individual de inserção no mercado de trabalho.
Bloco 2 - Conhecer as profissões por dentro - Estágios numa empresa
No segundo bloco, os participantes passam por uma formação prática em diferentes ofícios. Nas instalações da empresa parceira, o grupo de jovens é subdividido em grupos mais pequenos de 3 a 4 pessoas, que irão alternar entre 5 profissões diferentes todas as semanas. Durante a rotação, é importante que os grupos mudem e que possam mudar de parceiros. Aprender a trabalhar com pessoas diferentes é uma experiência de aprendizagem importante.
Bloco 3 - Oportunidades no ambiente - Visitas a projetos e empresas
Num terceiro bloco de formação, incluímos visitas a projetos relacionados com a economia circular e sustentabilidade . Alguns exemplos das visitas efetuadas foram: uma cooperativa de jovens dedicada à produção de queijos biológicos, uma comunidade florestal que é uma referência no uso multifuncional dos recursos florestais ou uma empresa produtora de chás e infusões biológicas.
Bloco 4 - Acompanhamento em grupo
Dia de apresentação: Apresentação do projeto, esclarecimento de dúvidas, revisão do calendário, dinâmicas de grupo, etc.
Avaliação intermédia: Reunião intermédia entre a equipa organizadora e os participantes. Nesta sessão incluímos algumas dinâmicas para avaliar e discutir diferentes aspetos como a relação entre o grupo, os aspetos mais valorizados no desenvolvimento do programa, alterações que poderiam ser feitas para melhorar o programa, autoavaliação individual na parte prática, dificuldades detetadas, etc.
Avaliação e encerramento da formação: Os participantes fazem uma avaliação qualitativa do programa através de um diálogo aberto entre o grupo. Por último, os participantes preenchem igualmente uma avaliação anónima sob a forma de um questionário.
Bloco 5 - Acompanhamento individual.
Durante a formação, é efetuado um trabalho individual com os participantes. Regra geral, os conteúdos e as horas de trabalho individual variam de caso para caso. Há pelo menos 10 horas de entrevistas individuais, desde a fase de seleção até ao final da formação.
Exemplo do calendário do projeto:
D) Perspetiva de integração
Que questões foram tidas em conta na adoção de uma perspetiva de inclusão neste projeto de emprego?
E) Lições Aprendidas
Uma particularidade deste programa é a rotação por diferentes postos de trabalho num curto período de tempo. A nossa experiência é que esta prática facilitou um exercício de autoconhecimento dos participantes, identificando e trabalhando as suas competências, pontos fortes e fracos, o que é um ponto de partida fundamental quando se trabalha com o objetivo de colocação profissional.
Por outro lado, o Emprégate en Verde é um projeto de colocação profissional para jovens sem formação superior que estão à procura de emprego. Ao mesmo tempo, o objetivo é também mostrar aos jovens diferentes iniciativas baseadas nos princípios da economia circular e que valorizam os recursos naturais do seu ambiente. A realidade é que a maioria dos participantes neste projeto não tem, de antemão, um interesse em questões como a economia circular ou a gastronomia sustentável, mas este interesse é criado através da prática e da possibilidade de ver em primeira mão projetos e iniciativas reais que funcionam e criam riqueza no seu ambiente. Na nossa experiência, qualquer projeto de integração no trabalho tem de ser construído em conjunto com o mundo real do trabalho, mas a escolha das empresas e dos valores em que a sua atividade se baseia é importante, pois não é uma escolha sem importância. Na nossa opinião, a escolha deste “parceiro-chave” do mundo empresarial pode ser a chave para a criação de futuros projetos que combinem o objetivo de integrar os jovens com menos possibilidades no mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, promover e tornar visível a economia circular, não só como um tipo de economia desejável, mas também como uma economia real.
Inclusão social e (relacionada com) a economia circular (IMPACT HUB)
Bolsas de inovação para estudantes de Liepaja (IGLS)
As Bolsas de Inovação para Estudantes de Liepaja (IGLS) foi um projeto dinâmico levado a cabo pela Universidade de Liepaja e parceiros de setembro de 2022 a novembro de 2023. Concebido para melhorar as competências empresariais dos estudantes, ofereceu experiências práticas e apoio ao desenvolvimento de ideias de negócio. Em particular, o projeto enfatizou a inclusão social, envolvendo participantes e empresas de diversas origens, incluindo zonas rurais, e promoveu oportunidades únicas, como um estágio numa empresa centrada em pessoas com menos oportunidades. Esta abordagem sublinhou o empenhamento do IGLS na promoção de uma comunidade empresarial diversificada e inclusiva em Liepaja. O ponto de destaque deste programa/projeto foi a oportunidade de visitar diferentes empresas num curto período de tempo e experimentar várias profissões, em diferentes setores, e conhecer diferentes especialistas do setor que não só apresentaram o seu setor e negócio, mas também deram a sua opinião e referências para a ideia do participante.
Sobre o Projeto
Lançado em 1 de setembro de 2022, o projeto IGLS “Inovāciju granti Liepājas studentiem (Bolsas de inovação para estudantes de Liepaja)” (Nr. 1.1.1.3/21/A/004) foi uma iniciativa pioneira liderada pela Universidade de Liepaja, em colaboração com o Impact Hub, o Departamento de Educação da Cidade de Liepaja, a Escola Técnica Estatal de Liepaja e o Fundo de Desenvolvimento da Universidade de Liepaja. Este programa de 15 meses, que decorreu até 30 de novembro de 2023, foi concebido para despertar o espírito empreendedor e o sentimento de ligação nos estudantes de Liepaja.
Objetivos: A principal missão do IGLS foi ajudar os jovens a compreender as diferentes opções de carreira para que possam tomar decisões informadas na escolha da sua profissão num futuro próximo. Pretendeu-se também fomentar as capacidades empresariais dos estudantes, proporcionando-lhes experiências profissionais substanciais em vários setores. Além disso, o projeto serviu de plataforma para os estudantes conceptualizarem, desenvolverem e iniciarem as suas próprias ideias de negócio e desenvolverem as suas competências durante os estágios em diferentes empresas.
Quem pode participar: Estudantes de todos os níveis de ensino – desde os que frequentam instituições secundárias e profissionais gerais até aos estudantes universitários de Liepaja.
Estrutura do programa: O IGLS estava estruturado em quatro ciclos de seis meses. Cada ciclo envolveu quatro meses de atividade prática, em que os participantes desenvolveram o seu próprio produto ou fazem um estágio numa empresa. Os participantes foram encorajados a candidatar-se individualmente ou em equipa, e foram apoiados na formação de grupos de trabalho para o desenvolvimento de produtos ou serviços.
Para se candidatarem ao programa IGLS, os participantes apresentaram inicialmente as suas próprias ideias de negócio ou selecionaram entre uma série de estágios oferecidos pelas empresas parceiras. Posteriormente, apresentaram o projeto escolhido juntamente com um plano detalhado para os próximos seis meses. Ao longo do programa, foram efetuados controlos regulares e um relatório intercalar sob a forma de uma apresentação ao fim de três meses para ajudar a acompanhar os progressos. No final do programa, todos os participantes apresentaram as suas realizações, realçando as competências e os conhecimentos que desenvolveram. Esta apresentação final ofereceu uma visão abrangente do percurso de cada participante, sublinhando a experiência prática e o crescimento pessoal alcançados durante o programa.
Bloco 1 - Escolher e partilhar ideias
Logo no início, cada participante decidiu sobre uma ideia de negócio que quer desenvolver ou escolheu um estágio numa empresa. Em seguida, apresentaram ao júri a sua escolha de uma forma simples, explicando em que consiste a sua ideia ou estágio e o que esperam alcançar no final do projeto. Podem partilhar em equipas ou desenvolver individualmente as suas ideias de negócio. As oportunidades de prática são escolhidas individualmente por todos.
Bloco 2 - Elaboração de planos
Depois de escolherem, começaram a planear o seu projeto. Isto envolveu a definição de pequenos objetivos e o planeamento da forma de os atingir, passo a passo. Aprenderam a organizar as suas ideias e a estabelecer um calendário para o seu trabalho. O plano foi criado com a ajuda de mentores após uma aula sobre planeamento de projetos.
Bloco 3 - Aprender e conhecer especialistas
Durante os seis meses foram realizados muitos workshops e aulas. Os participantes aprenderam sobre negócios, como trabalhar com os outros e como resolver problemas. Conhecem pessoas com experiência no mundo dos negócios, que dão conselhos e partilham as suas próprias histórias. Além disso, duas vezes por mês, os participantes fizeram uma visita guiada a empresas para conhecerem o quotidiano de determinadas profissões e empresas, de modo a poderem tomar decisões informadas sobre a sua carreira no futuro. É necessário prestar atenção a todos os participantes. Alguém pode sentir-se inseguro ou não se sentir seguro na comunidade, e há também jovens com deficiências, pelo que deve sempre certificar-se de que há um mentor por perto que possa atuar numa situação específica.
Bloco 4 - Realização do trabalho e controlo dos progressos
Durante seis meses, os participantes trabalharam nos seus projectos reais ou iniciaram os seus estágios. Tiveram reuniões regulares com mentores que os ajudaram a manter-se no caminho certo e a melhorar o seu trabalho. Discutiram os desafios que enfrentaram e a forma de os ultrapassar. Nesta altura, foi muito importante compreender as necessidades do jovem. É provável que o jovem seja inseguro ou pertença ao grupo NEET, pelo que é importante encontrar um mentor adequado e criar um ambiente amigável e seguro.
Bloco 5 - Apresentação final e retrospectiva
No último mês, todos mostraram o trabalho que estiveram a desenvolver. Falaram sobre o seu projeto ou estágio, o que aprenderam e como cresceram. Partilharam os seus sucessos e as dificuldades que enfrentaram, e como as resolveram. É um momento de reflexão sobre todo o percurso e sobre as competências que desenvolveram. No relatório final, o júri avaliou os participantes e atribuiu prémios em dinheiro aos jovens mais bem sucedidos e ativos, que tenham alcançado um crescimento visível e realizado um projeto influente.
Apoios e oportunidades: Durante o programa, os participantes foram elegíveis para uma bolsa mensal de 200 Euros. Além disso, receberam apoio financeiro para a realização das suas ideias de negócio, oferecendo uma oportunidade para testar a viabilidade dessas ideias ou contribuir como membro de uma equipa para o desenvolvimento de conceitos de negócio de outros.
Houve um enorme apoio dos mentores para que os jovens se sentissem incluídos e mais confiantes nas suas capacidades. Em cada um dos ciclos, há sempre um jovem que tem muito mais dificuldade em integrar-se no ambiente, em abrir-se a ideias e em utilizar o seu potencial. Nestes casos, os jovens são avaliados no início e são identificados aqueles para quem a tutoria individual poderia dar um grande apoio no seu crescimento.
Visão subjacente: Este projeto é uma componente essencial do programa operacional “Crescimento e Emprego”, destinado a reforçar as capacidades de investigação e inovação das instituições científicas da Letónia. Ao investir em recursos humanos e infraestruturas, o IGLS não só fomenta novos talentos como também contribui para o objetivo mais vasto de aumentar a capacidade da Letónia para atrair financiamento externo.
Inclusão social: O projeto incluiu estudantes de diferentes origens. Todos tiveram a mesma oportunidade de participar, independentemente da sua origem ou crença. Isto tornou o projeto rico em ideias diferentes e ajudou todos a aprender mais.
Uma parte importante do IGLS foi o seu foco na inclusão de estudantes e empresas de áreas rurais, trazendo diversas perspetivas para o programa. Um exemplo notável do compromisso do projeto com a inclusão social foi o de um participante que estagiou numa empresa que trabalha com surdos. Esta experiência foi tão impactante que o participante continuou a trabalhar lá após o término do projeto. Isso mostra como o IGLS promoveu com sucesso a inclusão social e criou impactos duradouros nos participantes e na comunidade.
Workshops: Durante o projeto IGLS, os participantes envolveram-se num processo de aprendizagem abrangente, com cerca de dois workshops realizados todos os meses. Estes workshops cobriram vários aspetos do desenvolvimento empresarial e pessoal, dotando os alunos de competências e conhecimentos essenciais. Através de sessões interativas, debates conduzidos por especialistas e atividades práticas, os participantes puderam aprofundar os fundamentos do empreendedorismo, da estratégia empresarial e do auto-aperfeiçoamento. Esta abordagem estruturada da aprendizagem garantiu que, no final do projeto, cada participante tivesse adquirido um conjunto sólido de ferramentas para aplicar nos seus empreendimentos empresariais e no seu crescimento pessoal.
Como é que todos podem aceder aos workshops facilmente e sentir-se seguros
Para tornar estes workshops mais acessíveis e amigáveis para todos, oferecer os workshops em locais de fácil acesso ou em plataformas online garantiria a minimização das barreiras geográficas e de transporte. Além disso, a adaptação do conteúdo para ser envolvente e relacionável com estes jovens, possivelmente através de exercícios interativos e práticos, poderia melhorar a sua experiência de aprendizagem. Garantir que os workshops sejam gratuitos ou subsidiados também seria crucial. Para além disso, a incorporação de mentores ou facilitadores que compreendam e se relacionem com os desafios enfrentados por estes jovens pode criar um ambiente de aprendizagem mais inclusivo e solidário.
Além disso, deve ser dada especial atenção aos jovens NEET (Not in Education, Employment, or Training), oferecendo-lhes orientação e mentoria adaptadas às suas necessidades e desafios específicos. Envolvê-los com histórias de sucesso da vida real e experiências práticas que vão ao encontro dos seus interesses pode aumentar significativamente a sua motivação e participação nos workshops. Preste mais atenção à forma como se sentem, criando um ambiente de apoio e compreensão onde os jovens NEET se possam exprimir abertamente e sentir-se valorizados, encorajando ainda mais a sua participação ativa e o sentimento de pertença às oficinas.
Lições Aprendidas
Após o projeto, ao reavaliar os jovens, podemos constatar que o projeto e o seu conteúdo promoveram o empreendedorismo nos participantes, que estes fizeram vários testes de auto-descoberta, melhoraram várias competências e identificaram as suas vagas preferidas no mercado de trabalho. Uma das conclusões mais importantes é que os participantes, depois de conhecerem o ambiente, perceberam em que profissões não querem trabalhar e decidiram reforçar os seus conhecimentos e estudar para não acabarem numa indústria que os “assusta/não corresponde aos seus interesses”.
Enquanto organizadores, ficámos muito satisfeitos com o facto de, através do progresso e das iniciativas deste projeto, muitos participantes terem podido olhar para as suas ideias através do prisma da economia circular, e conseguimos isso da melhor forma com um jogo interativo, utilizando as ideias de negócio criadas pelos próprios participantes. Através dos workshops, muitos jovens começaram a compreender como podem mudar o seu produto e alguns até mudaram a direção do seu negócio.
Outra conclusão importante é, sem dúvida, o facto de ser muito mais fácil para os participantes compreenderem qualquer processo (quer queiram tornar-se empresários ou empregados) se este for demonstrado com um exemplo prático.